Gráfico explica a importância da SpaceX: será 300 vezes mais barata que ônibus espacial

  • Após o sucesso do Polaris Dawn com o primeiro civil caminhando fora da nossa atmosfera na parte traseira de uma nave espacial privada, a SpaceX mudou mais uma vez as regras do jogo com a Starship

  • Um foguete reutilizável parecia capricho para economizar custos, mas realmente é algo que definirá a estratégia espacial do futuro

Grafico
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Estamos talvez no momento mais emocionante da corrida espacial das últimas décadas, e devemos tudo à Starship. É a nave que promete nos levar a Marte e, depois de alguns erros e falhas, nestes últimos dias conseguiu deixar o mundo sem palavras. Primeiro, com seu propulsor de 70 metros – o Super Heavy – pousando com uma precisão de 5 milímetros. Depois, com algo que parece ficção científica: um pouso perfeito nos braços mecânicos de uma torre.

Esta semana, pela primeira vez, testemunhamos algo que pode mudar a história, mas também os bolsos de muitos. O motivo? A Starship será 300 vezes mais barata que o ônibus espacial, e a ideia é reduzir o preço para US$ 10 por quilo.

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Ridículo

O gráfico acima é feito pela Visual Capitalist e reflete perfeitamente a evolução do preço de enviar qualquer coisa ao espaço desde 1960. Cada lançamento tem um preço "fixo" que reflete o combustível usado, mas também o preço do próprio foguete propulsor. Esses lançamentos costumam ser milhões de dólares e, portanto, o preço por quilo dispara. Por quê? Bem, porque, após cada lançamento, os propulsores são destruídos.

Normalmente, eles caem no deserto, no mar ou se desintegram. Também pode haver azar e pode cair na sua casa. Assim, encontramos preços de mais de 54 mil dólares (313,2 mil reais) por quilo para o ônibus espacial (que era muito mais barato que o milhão por quilo de carga do Vanguard), mas a chegada da SpaceX mudou tudo.

SpaceX

Embora foguetes como o chinês Long March 3B ou o russo Proton tivessem preços mais acessíveis (4,4 mil 4,3 mil dólares por quilo, respectivamente, ou 25,5 mil e 24,9 mil reais), quando os foguetes reutilizáveis ​​da SpaceX chegaram, tudo mudou. O Falcon 9 é parcialmente reutilizável graças a um propulsor que pousa verticalmente após o lançamento e reduziu o valor para US$ 2,7 mil por quilo (15,6 mil reais).

O Falcon Heavy baixou ainda mais o preço por poder transportar mais peso e, portanto, ser mais lucrativo: cerca de 1,5 dólares por quilo (8,7 mil reais). Mas o Starship não faz sentido, com um custo estimado de cerca de US$ 200 por quilo (1,16 mil reais). É um foguete muito maior que o Falcon Heavy e o maior da história, mas o mais importante é seu material e que possamos recuperar seu propulsor.

Aço

É preciso reconhecer que os primeiros estágios do Starship não foram fáceis, principalmente diante da opinião pública. A aparência não era das melhores e parecia um foguete 'gordo' tremendamente desleixado. Só vimos o segmento superior e a cobertura de aço que parecia ter sido finalizada com martelos não ajudou, mas era apenas um protótipo.

Se fosse carbono, talvez as coisas tivessem mudado, mas essa mudança de material é uma das chaves para atingir esse preço ridículo por quilo de carga. Foi uma aposta arriscada da SpaceX, que acabou fazendo sentido por diferentes vantagens do aço que o próprio Musk comentou alguns anos atrás:

  • Ele suporta temperaturas de 810º em comparação com 149º da fibra de carbono.
  • O aço se torna mais forte em temperaturas criogênicas, como a do combustível da Starship.
  • Ele é mais resistente a microfraturas, o que é essencial para um foguete que voará e pousará várias vezes.
  • O preço é muito menor: 3 dólares por quilo em comparação com 200 por quilo da fibra de carbono.

Democratizando o voo espacial

Resta saber até onde essa redução por lançamento irá (alguns estimam que 10 dólares por quilo no futuro), mas está claro que o que a SpaceX e a Starship conseguiram hoje em dia é um passo gigante na corrida espacial. E a operação é muito rápida: em versões futuras do foguete, 100 toneladas de carga podem ser lançadas (mais de 200 na Starship 3, segundo Musk) e como o foguete será reutilizável, a parte que pousa nos braços mecânicos será acoplada a outra Starship e... para decolar.

Resta saber quantos ciclos de pouso/decolagem cada foguete é capaz de suportar, mas o primeiro obstáculo já foi superado (duas vezes na mesma semana), então os planos continuarão seguindo seu curso para colocar cinco Starships em Marte a partir de 2026.

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