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Nasa tem dificuldades para voltar à Lua; auditor não acha que vão conseguir sobrevoa-la antes de 2025

Artemis II está programado para setembro de 2025, mas a NASA está enfrentando muitos problemas

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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Não marque o retorno da humanidade à Lua ainda no seu calendário. As missões Artemis da NASA estão ficando tão complicadas que não se sabe quando ocorrerão, ou mesmo se ocorrerão antes que a China chegue à Lua.

Não é mais apenas a data de Artemis III, o primeiro pouso lunar de uma mulher, programado para setembro de 2026, que está em dúvida. A NASA também colocou em xeque o cumprimento do prazo para a Artemis II, uma missão muito mais simples na qual três astronautas americanos e um astronauta canadense voarão sobre a Lua sem descer à superfície.

Múltiplos problemas da Artemis II

A Artemis II já havia sido adiada, mas o rumor é que a NASA também não conseguirá cumprir o novo prazo, que prevê lançamento até setembro de 2025. Este é o primeiro voo tripulado ao redor da Lua em mais de cinco décadas e, em essência, é uma repetição da missão Artemis I que a NASA já completou com sucesso, apenas com quatro astronautas a bordo da espaçonave Orion.

O principal problema é o escudo térmico da espaçonave Orion. Durante a missão Artemis I, a cápsula reentrou suavemente após um voo bem-sucedido, mas em uma revisão subsequente, engenheiros detectaram danos significativos no escudo térmico. O material rachou ou se desprendeu em mais de 100 áreas durante a frenagem atmosférica da cápsula antes de cair no Oceano Pacífico.

Esta descoberta perturbadora levou a NASA a reconsiderar o design e os materiais de um elemento fundamental para a segurança dos astronautas. O Artemis I ocorreu entre novembro e dezembro de 2022, mas ainda está sendo avaliado se é seguro prosseguir com o design atual do escudo térmico ou se ele precisa ser modificado, o que sem dúvida atrasaria o cronograma de lançamento.

E não é o único problema que o Artemis II enfrenta. A espaçonave Orion será lançada em um foguete SLS da NASA. O foguete está pronto para ser montado, mas a infraestrutura terrestre foi atrasada por complicações na construção da torre de lançamento móvel ML-1 e problemas técnicos na plataforma, de acordo com uma auditoria do Gabinete de Prestação de Contas do Governo.

Em suma, eles ficaram sem espaço para eventos imprevistos, o que muito provavelmente vai acontecer. Afinal, esta é a primeira vez que muitos desses sistemas foram integrados. Nesse caso, a NASA seria forçada a atrasar o Artemis II mais uma vez, o que afetaria as missões subsequentes, começando com o Artemis III.

Um descanso para o Artemis III

Na missão Artemis III, programada para setembro de 2026, quatro astronautas atracarão na órbita lunar com uma nave espacial SpaceX. Dois permanecerão na Orion e outros dois (incluindo uma mulher) descerão na Starship para a superfície da Lua. Uma semana depois, a Starship retornará à órbita da Lua e os astronautas retornarão à Terra a bordo da Orion.

Agora, com a revisão do calendário, os dois principais contratantes da Artemis III deram à NASA algum espaço para respirar. O propulsor da Starship foi capturado com sucesso pelos braços da torre de lançamento e a espaçonave caiu em um ponto preciso no Oceano Índico, dando à NASA esperança de que a SpaceX possa concluir um pouso de teste para a Artemis III mais cedo ou mais tarde. A Axiom também apresentou o design final dos trajes espaciais que os astronautas da Artemis usarão para explorar a Lua.

Além da Artemis III, as preocupações giram em torno dos estouros de custos faraônicos do foguete SLS da NASA, fabricado pela Boeing. Embora tenha funcionado conforme o planejado durante seu primeiro lançamento, o preço de seu desenvolvimento é estimado em US$ 17 bilhões e, pior ainda, cada lançamento do enorme foguete descartável custa cerca de US$ 4,1 bilhões.

Outro problema significativo é o estouro de custos na construção da torre de lançamento móvel ML-2, que será necessária para lançar uma versão mais potente do foguete, o SLS Block 1B, durante a Artemis IV e missões posteriores. A NASA pagou US$ 383 milhões à empresa Bechtel para construir o ML-2 com data de entrega em março de 2023. No entanto, os custos dispararam para US$ 2,7 bilhões (assumidos pela NASA) e a data de entrega foi adiada até pelo menos setembro de 2027.

A razão desses desafios está na arquitetura Frankenstein do programa Artemis, que alavanca componentes do antigo programa Constellation. A nave Orion foi originalmente projetada para seis tripulantes, por isso é maior e mais pesada do que o necessário, e tem um escudo muito volumoso. É também por isso que ela usa um módulo de serviço baseado na espaçonave europeia ATV, desenvolvida pela Agência Espacial Europeia para o programa Constellation. O foguete SLS também reutiliza componentes do ônibus espacial.

Embora seja tarde demais para mudar a arquitetura das missões (a menos que os Estados Unidos paguem o preço de retornar à Lua depois que a China chegar), as dúvidas continuam pairando sobre o programa Artemis. Até o magnata Michael Bloomberg aproveitou seu canal para pedir que a NASA abandone seus planos e use um foguete Starship por uma fração do preço. Por enquanto, a nova corrida espacial se assemelha à antiga em uma coisa: é uma questão de dinheiro.

Imagens | POTE

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