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Óculos de realidade aumentada estavam fadados ao fracasso: Zuckerberg e Rayban dão outra chance a eles

A questão não é mais se os óculos inteligentes se tornarão uma coisa cotidiana, mas quando

Oculos
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

A Meta e a Ray-Ban estão alcançando o que parecia quase utópico: transformar os óculos inteligentes em um produto útil, desejável e bem-sucedido. E, no processo, superar o estigma que o Google Glass deixou há uma década.

Por que isso importa?

O sucesso comercial do Ray-Ban Meta marca uma mudança cultural na aceitação de acessórios inteligentes, até agora limitados a relógios, fones de ouvido TWS (True Wireless Stereo) e, em menor grau, aneis.

É o início de uma potencial revolução na maneira como interagimos com a tecnologia em nossas vidas cotidianas.

Em números:

  • Os óculos Ray-Ban Meta estão liderando as vendas em 60% das lojas da marca na Europa, superando os óculos tradicionais, de acordo com o UploadVR.
  • Eles são vendidos por entre 329 e 409 euros (de 1.900 a 2.400 reais), dependendo do acabamento da armação.
  • A Meta investiu US$ 4,37 bilhões em uma participação de 5% na EssilorLuxottica.

O contexto

Quando o Google lançou o Glass, a rejeição foi imediata. Seus usuários foram tachados de glassholes, principalmente aqueles que repetiam certas atitudes, e há até registros de agressões por usá-los em público.

A primeira tinha a ver com seu design pouco atraente. A segunda, pela preocupação com suas implicações para a privacidade.

Ponto de virada

Essa colaboração entre Ray-Ban e Meta conseguiu o que o Google não conseguiu: fazer com que os óculos inteligentes parecessem normais, discretos.

Seu design sutil, que aproveita o formato de uma armação icônica e familiar para qualquer pessoa, junto com o lançamento no mercado com uma marca de moda conhecida, foram fundamentais para superar a relutância.

Entrelinhas

O fato de seu sucesso comercial também estar ocorrendo na Europa é especialmente marcante, já que por lá esses óculos não têm as funções de IA que têm nos Estados Unidos.

Os consumidores europeus os estão comprando por suas características mais básicas: alto-falantes, microfone e câmera integrados. Por enquanto, está tudo bem para eles.

Visão do futuro

A Meta e a EssilorLuxottica estenderam seu acordo para "além de 2030". Em seus planos estão várias gerações de óculos inteligentes criados por este enorme conglomerado óptico, que reúne várias marcas.

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O CTO da Meta em particular, Andrew Bosworth, os considera "o futuro" e "a tecnologia mais impactante desde o smartphone". É bem verdade que ele é uma parte interessada no crescimento, mas não soa como elogio barato.

  • Em um horizonte distante estão os Orion, óculos de realidade aumentada hoje puramente conceituais devido ao seu altíssimo custo de fabricação, mas que desenham o futuro para o qual a Meta quer caminhar.

Sim, mas…

Este sucesso inicial não anula os desafios que a Meta continuará a encontrar no caminho à frente:

  • Preocupações com privacidade e uso de dados pessoais.
  • O preço é um tanto alto na ausência de um caso de uso muito mais contundente.
  • A necessidade de desenvolver usos mais convincentes para que valha a pena usar óculos para aqueles que normalmente não precisam usá-los.

Em resumo

Essa aceitação inicial em massa dos óculos RayBan e Meta os deixa em um ótimo ponto de partida para a próxima guerra de dispositivos vestíveis, IA e realidade aumentada.

A questão não é mais se os óculos inteligentes se tornarão uma coisa cotidiana, mas quando.

Imagem em destaque | Xataka

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