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Um demógrafo passou semanas resolvendo uma questão muito importante: quantas pessoas viviam na Terra Média de Tolkien

Ele se perguntou se poderíamos usar as técnicas da demografia histórica e começou a trabalhar nisso

Imagem | Tom Hall
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Após o lançamento de "Aneis do Poder" e metade do mundo enlouquecer (de novo) com O Senhor dos Aneis, Lyman Stone decidiu reler a obra de Tolkien. A franquia havia sido seu primeiro grande "crush" fantástico quando criança, e ele se lembrava dela com carinho, mas ao retornar, sentiu que algo havia mudado: ele agora era um demógrafo.

Como ele logo percebeu, Tolkien foi "frustrantemente vago" em relação à demografia. Ou seja, para a pergunta "quantas pessoas viviam na Terra-média?", a única resposta razoável era "não temos a menor ideia".

Então, Stone começou a trabalhar.

Não foi um trabalho fácil

Para fazer isso, Stone não apenas teve que assumir que a Terra-média era um lugar "normal" (ou seja, um lugar governado "sob regras demográficas e agrícolas" típicas de uma sociedade histórica); ele também teve que dividir o continente em regiões reconhecíveis e classificá-las de acordo com suas características relevantes para a população (coisas como clima, geografia, acesso à água, etc.).

Isso permitiu que ele fizesse certas suposições sobre como cada uma dessas "regiões" era. Por exemplo, Stone estimou que as "Colinas de Ferro" eram compostas por 12% de terra arável, 68% de montanhas, 12% de estepes e 8% de áreas ribeirinhas. Com esses dados em mente, o trabalho do demógrafo era encontrar "estados históricos" equivalentes e fazer as contas.

Quantas pessoas viviam lá?

Embora existe algum debate sobre o tamanho das regiões e sua densidade real, Stone conseguiu encontrar uma estimativa que funcionava bem em vários dos cenários mais plausíveis.

Nesse sentido, ele chegou à suposição de que, "se a Terra-média fosse povoada de maneira semelhante em termos de recursos de subsistência como a Europa medieval", 34 milhões de pessoas viveriam no mundo imaginário de Tolkien.

Ou, melhor dizendo, "no mundo imaginário de Tolkien, 34 milhões de pessoas poderiam viver".

Há diferença?

Um bom exemplo da importância dessa precisão são as áreas ribeirinhas de Anduin: os dados de Stone não coincidem com as descrições de Tolkien. Isso tem muitas explicações possíveis, mas não é isso que nos interessa agora: o que nos interessa é o fato de que os 34 milhões são o máximo que poderia sobreviver, e não a quantidade dos que teoricamente vivem ou viveram por lá.

Vamos para os exércitos

Na medida em que Tolkien só deu números sobre exércitos, é uma boa maneira de compreender o cenário mais amplo. Na verdade, como Lyman Stone explicou, é algo que também é feito no mundo real e na demografia histórica.

É precisamente essa metodologia histórica que ele usa para corrigir dados sobre populações. Por exemplo, ele analisou todas as batalhas em que os exércitos de Rohan participaram e concluiu que ele tinha uma faixa populacional entre 600 mil e 2,4 milhões de habitantes.

Combinando ambas as estimativas, parece que uma população de no máximo 1,2 milhão é a mais provável.

Ajustando os números

É importante lembrar que a Terra-média é um território que foi devastado por anos de guerra, migrações e invasões de orcs; tudo isso permite melhorar a estimativa. Segundo Stone, as populações de humanos, elfos, anões e hobbits na Terra-média somam cerca de 6,7 milhões de pessoas.

Desses, cerca de 200 mil seriam hobbits, cerca de 284 mil elfos, cerca de 121 mil anões e o restante (mais de 6 milhões) seriam homens.

Bônus: E os orcs?

Isso também é interessante porque há muito menos informações e só temos o tamanho do exército para estimar a população total. Aqui, Stone estima uma população de 810 mil orcs na Terra-média (o que elevaria a população total para 7,6 milhões).

Imagem | Tom Hall

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