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China não está satisfeita em construir as maiores turbinas eólicas no mar; agora quer que elas sejam usadas para criar peixes

E se os parques eólicos servissem para algo mais do que gerar energia renovável? Como, por exemplo, criar peixes e lavouras embaixo?

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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

E se os parques eólicos servissem para algo mais do que gerar energia renovável? E se pudéssemos aproveitá-los para, por exemplo, criar peixes — milhares de peixes, toneladas e toneladas de pescado — para abastecer nossas mesas enquanto evitamos a emissão de milhares de toneladas de CO2?

Nenhuma das duas perguntas é muito convencional, mas isso não impediu que, há algum tempo, a Mingyang Energy, uma empresa chinesa especializada em aerogeradores, as encarasse de frente para tentar rentabilizar suas usinas de energia offshore (em alto mar). Agora, a companhia passou da teoria para a prática com um sistema que combina energia eólica e aquicultura (cultivo de lavouras em meio aquático). O resultado é surpreendente. E promissor.

O que aconteceu?

A empresa chinesa Mingyang encontrou uma maneira de combinar dois universos aparentemente distantes: a geração de energia renovável e a criação de peixes. Para isso, desenvolveu o MyAC-JS05, que chama de "primeiro sistema híbrido de jacket + jaula de rede para piscicultura do mundo". Basicamente, trata-se de uma grande jaula para peixes colocada na parte inferior dos moinhos eólicos.

Quando a Mingyang apresentou seu design, em abril de 2024, ela calculava que o espaço seria amplo o suficiente para abranger 5 mil metros cúbicos de água e 150 mil peixes. "Garante um ambiente de cultivo seguro para 15 mil peixes em águas profundas. Com uma produção anual estimada de 75 toneladas de pescado, este projeto tem potencial para gerar cerca de 5 milhões de yuans (R$ 3,8 milhões) em receitas adicionais", explica a empresa chinesa no LinkedIn.

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Resiste a tudo

A Mingyang se orgulha da capacidade de seu design para suportar os impactos do oceano. Seus responsáveis afirmam que o MyAC-JS05 foi projetado para resistir a fortes tufões, com velocidades de vento de até 61,2 m/s, e destacam que o dispositivo é muito mais do que uma simples jaula para peixes: "Inclui um sistema de aquicultura inteligente com funções remotas, como alimentação, monitoramento, detecção e coleta automatizados".

Seu ponto forte para a empresa chinesa, no entanto, é outro: permitirá "capitalizar ao máximo os recursos marinhos", impulsionando a energia eólica offshore, a geração de hidrogênio e, agora, também o cultivo de peixes "de qualidade".

O mais interessante é que o projeto não é só teoria. Ao apresentar sua ideia no primeiro semestre, a empresa já antecipava que seu objetivo era testá-lo até o final do ano no parque eólico marinho Mingyang Qingzhou 4, de 500 MW, situado a cerca de 62 km da costa de Yangjiang, Guangdong. No segundo semestre de 2024, a empresa deu o passo da teoria para a prática.

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No início de julho, a produção de seu primeiro sistema foi finalizada para instalá-lo como um piloto em uma de suas turbinas offshore MySE 12-242, um modelo que a Mingyang também lançou há apenas alguns meses, no parque Mingyang Qingzhou 4. Em agosto, o jornal chinês Global Times informou que a empresa havia completado com sucesso o desenvolvimento de seu equipamento para combinar turbinas eólicas com a criação de peixes.

Este texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagens | Mingyang Smart Energy (LinkedIn)

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