Geoffrey Hinton, um dos dois laureados com o Prêmio Nobel de Física de 2024 por suas descobertas em aprendizado de máquina, lançou uma crítica a Sam Altman, CEO da OpenAI, em sua primeira aparição após receber o prêmio.
"Estou particularmente orgulhoso de que um dos meus alunos tenha demitido Sam Altman. E acho que é melhor deixar por isso mesmo", disse Hinton em um discurso no dia 8/10, referindo-se a Ilya Sutskever, que completou seu doutorado sob sua supervisão na Universidade de Toronto.
Hinton e Sutskever colaboraram em 2012 para criar o AlexNet, uma rede revolucionária na época no reconhecimento de imagens.
Por que isso é importante
Essas declarações reacendem o debate que divide a comunidade de IA quanto ao foco nas prioridades éticas.
Hinton critica a mudança de rumo da OpenAI, que, sob a liderança de Sam Altman, passou a priorizar a rentabilidade em vez de mudanças transformadoras para a sociedade. Essa alteração nas prioridades também implica uma perda de relevância para a segurança, que é o que Hinton, laureado com o Nobel, acha que deve vir em primeiro lugar.
O Nobel de Física concedido a Hinton chega pouco antes do primeiro aniversário da crise da OpenAI, em novembro de 2023, quando Altman foi removido do cargo de CEO sob acusações de mau manejo de questões de segurança e comportamento abusivo. Sutskever, então membro do conselho da OpenAI, participou da demissão de Altman, mas, após a revolta de funcionários e investidores, pediu sua reintegração. No final, saiu da empresa em maio para fundar sua própria companhia, a SSI (Safe SuperIntelligence).
Essa crítica é um reflexo de uma preocupação crescente na comunidade após o avanço da IA: o desenvolvimento de sistemas cada vez mais sofisticados que implicam em riscos potenciais maiores.
Texto traduzido e adaptado do Xataka Espanha
Imagem | Collision Conf no Flickr
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