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Poucos acreditavam que esse momento chegaria: empresa está pronta para testar motor aerospike em voo

  • Trata-se da Polaris, uma empresa alemã que tem um contrato com as Forças Armadas daquele país

  • O primeiro teste de seu veículo MIRA foi um desastre, mas a empresa está pronta para tentar novamente

Aerospike
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Estamos há mais de 50 anos tentando desenvolver um tipo de motor chamado aerospike, cujo objetivo é ser capaz de ajustar sua eficiência automaticamente em diferentes ambientes. Essa tecnologia precisaria funcionar bem tanto na atmosfera do nosso planeta quanto no vácuo do espaço. Embora o conceito aerospike já tenha sido testado várias vezes em terra, ele nunca foi além das paredes de um laboratório.

A empresa alemã Polaris parece estar determinada a mudar essa história. Ela completou os testes de seu avião de demonstração MIRA-Light em setembro de 2023 — esse veículo tinha como objetivo testar a aerodinâmica e o controle de voo para o MIRA I, o primeiro avião de teste com um motor aerospike do mundo, que foi finalmente lançado neste ano.

Em busca de uma segunda chance

O primeiro teste, realizado em março deste ano, foi um fracasso. O MIRA I, que tinha 4,3 m de comprimento, caiu antes que os especialistas pudessem coletar qualquer tipo de dado sobre o funcionamento do motor promissor. A Polaris, no entanto, decidiu avançar para a próxima etapa. A empresa vai testar seu motor aerospike nos modelos MIRA II e MIRA III, cujas fuselagens são idênticas e têm 5 m de comprimento.

A Polaris já recebeu, em agosto de 2024, as estruturas de fibra de vidro dos MIRA II e MIRA III. Logo em seguida, anunciou que começaria as tarefas de montagem e integração de todos os componentes. Espera-se que cada avião esteja equipado com quatro turbinas e um motor de foguete aerospike linear.

Aerospike 1 Fuselagens do MIRA II e do MIRA III no local do Polaris

Ainda não há uma data pública para os testes, mas, em outubro, a empresa recebeu autorização para iniciá-los. Se os testes forem bem-sucedidos, estaremos diante de um marco no desenvolvimento dos promissores motores aerospike.

A Polaris não está sozinha nesse projeto — a empresa tem um contrato de defesa com as Forças Armadas Alemãs. Se tudo ocorrer conforme o planejado, em 2025 deveremos ver o voo do NOVA, um avião de 8 m de comprimento que será um protótipo de um produto comercial.

Aerospike 2 Rocketdyne XRS-2200, um motor aeroespacial linear experimental da NASA em um teste em 6 de agosto de 2001

Ainda há outras empresas trabalhando nesse tipo de tecnologia. Na Espanha, por exemplo, destaca-se a Pangea Aerospace. Trata-se de uma empresa que pretende ser "o Rolls Royce do setor espacial" e que recentemente conseguiu fabricar um protótipo de motor aerospike em duas peças em apenas 15 dias, graças ao uso de técnicas de impressão 3D.

Texto traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagens | Polaris | NASA-MSFC

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