O Reino Unido acabou de fechar sua última usina de carvão, encerrando uma era de 142 anos de dependência do combustível fóssil. Mas agora, sem o carvão, vai ficar mais dependente da energia vinda dos países da União Europeia.
Embora o fechamento dessa usina, chamada de Ratcliffe-on-Soar, seja um marco histórico para o país — que se torna o primeiro membro do G7 a abandonar completamente o carvão para geração de energia —, a independência do combustível poluente traz seu custo: mais importações.
O país tem importado mais energia de seus vizinhos da Europa em 2024 e os índices continuarão a aumentar em novembro e dezembro, quando várias usinas nucleares entrarem em manutenção. Segundo uma análise da Bloomberg, o Reino Unido está agora mais exposto à volatilidade dos preços do gás e à intermitência da energia renovável.
Os números
A National Grid, operadora da rede elétrica do Reino Unido, publicou em seu último relatório que espera um aumento de 30% nas importações de eletricidade da Europa em 2024 em relação ao ano passado.
Neste fim de ano, o país terá seu primeiro inverno sem carvão. Mesmo assim, a rede aumentou sua capacidade de reserva de 7,4% para 8,8% graças às novas interconexões com a União Europeia, como o cabo interconector mais longo do mundo, que conecta o país à Dinamarca.
As renováveis ao resgate
Não é apenas o aumento das importações que ocorre no Reino Unido. A aposta do país em energias renováveis, especialmente nas usinas eólicas offshore, no armazenamento em baterias e na geração distribuída, também contribui para compensar o fechamento de usinas como a de Ratcliffe-on-Soar.
O novo governo do Reino Unido fixou como meta alcançar uma eletricidade 100% livre de carbono até 2030. Isso significa eliminar o gás natural do sistema elétrico, o que representa desafios significativos para um país que enfrenta dificuldades em equilibrar a oferta e a demanda em dias frios e com pouco vento.
Imagem | Arup
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