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China produz computadores quânticos em ritmo frenético; sua melhor fábrica poderá produzir oito por vez

  • O Centro de Pesquisa em Engenharia de Computação Quântica de Anhui é referência na China

  • Instituição desenvolveu o chip quântico supercondutor Wukong de 72 qubits

Imagem: Chinanews
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Fabricar um computador quântico não é nada simples — o tipo de qubit (bit quântico, unidade de medida) utilizado condiciona, em certa medida, o design de outros subsistemas da máquina. Mas, para além da escolha dos qubits supercondutores, armadilhas de íons, átomos neutros ou íons implantados em macromoléculas, entre outros componentes, a dificuldade é sempre alta. Os computadores quânticos são, na prática, algumas das máquinas mais complexas fabricadas pelo ser humano até agora.

Atualmente, computadores quânticos estão sendo produzidos nos EUA, Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, China, Austrália, Índia, Rússia, Canadá, Japão e Coreia do Sul. Não há números que informem quantas máquinas quânticas são produzidas anualmente por empresas como IBM ou Honeywell, mas é muito provável que essas gigantes da informática estejam entre as empresas mais prolíficas nesse mercado. Ambas são americanas — e talvez a China seja o único país capaz de competir de igual para igual nesse campo com os EUA.

O centro de pesquisa de Anhui é a melhor aposta da China em computação quântica

O governo chinês frequentemente divulga seus feitos na área de computadores quânticos, mas o mais prudente é que essas informações sejam recebidas com algum ceticismo. Não porque suspeite-se que a China esteja mais atrasada do que sua administração afirma, mas pelo motivo contrário. Na verdade, é possível que o país liderado por Xi Jinping tenha máquinas quânticas mais avançadas do que refletem os comunicados oficiais.

De qualquer forma, a joia da coroa da China nesse campo é o Centro de Pesquisa em Engenharia de Computação Quântica de Anhui. Na China, há várias empresas dedicadas ao design e fabricação de computadores quânticos (como Origin Quantum, Alibaba Quantum Laboratory, Tencent Quantum Lab e SpinQ), mas esse centro de pesquisa é, com toda certeza, o mais relevante.

Seu desenvolvimento principal, até o momento, é o chip quântico supercondutor Wukong de 72 qubits. Mas a instituição recentemente anunciou que está desenvolvendo hardware quântico de próxima geração que agrupa uma quantidade ainda maior de qubits e funciona com mais estabilidade. Isso soa promissor.

De qualquer forma, o mais impressionante é que, atualmente, o Centro de Pesquisa em Engenharia de Computação Quântica de Anhui é capaz de fabricar simultaneamente cinco computadores quânticos equipados com seu chip Wukong. Em breve, ele estará equipado para montar nada menos que oito máquinas quânticas ao mesmo tempo.

Seria interessante saber quantos equipamentos desse tipo a IBM produz simultaneamente, ou, ainda melhor, quantas máquinas quânticas as duas empresas americanas fabricam por mês. Isso nos ajudaria a contextualizar as informações oficializadas pelo governo chinês. De qualquer forma, não há dúvida de que o país de Xi Jinping se posicionou na vanguarda da computação quântica. E por essa razão, vale a pena acompanhá-lo de perto.

Imagem | Chinanews

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