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Linus Torvald expulsou os russos do desenvolvimento do kernel Linux; agora eles têm plano próprio

A guerra na Ucrânia levou à expulsão de desenvolvedores russos das tarefas de gerenciamento do kernel Linux

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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Recentemente, o desenvolvimento do kernel Linux tem se envolvido em debates que vão além do cenário técnico. Linus Torvalds, criador e chefe do projeto, anunciou algo único.

Conforme observado no Phoronix, Greg Kroah-Hartman, braço direito de Torvalds, anunciou brevemente que eles haviam decidido remover vários responsáveis ​​pelo núcleo (os chamados "mantenedores").

Logo ficou claro o que esses desenvolvedores tinham em comum. Todos eles eram russos ou tinham alguma afiliação com a Rússia, e a maioria fazia uso de um endereço de e-mail com o final .ru.

A mudança atraiu críticas da comunidade Linux, mas Torvalds rapidamente enviou uma mensagem para a lista de discussão do kernel Linux para deixar claro que essas reclamações provavelmente vieram de "trolls russos".

"Está totalmente claro por que a mudança foi feita, e não há como voltar atrás", explicou Torvalds. Ele também enfatizou que as sanções à Rússia pela Guerra da Ucrânia foram o motivo para tomar essa decisão, algo que inicialmente não estava totalmente claro.

A decisão foi respondida pelo Ministério do Desenvolvimento Digital da Rússia, cujos funcionários anunciaram planos para criar sua própria comunidade Linux.

Os detalhes sobre esse projeto são praticamente nulos, mas a iniciativa parece seguir os passos que o país tomou com a arquitetura RISC-V. No último caso, um caminho é aberto para o desenvolvimento de seus próprios chips, livre de possíveis guerras comerciais, e o mesmo acontece no caso do software se a Rússia finalmente seguir seu próprio caminho com sua própria linha de desenvolvimento do kernel Linux.

Em ambos os casos, uma coisa é dizer e outra bem diferente é fazer. Embora a comunidade russa de desenvolvedores possa ser grande e de qualidade, criar e manter um fork do kernel Linux é uma tarefa assustadora.

O enorme tamanho deste projeto significa que o maior peso do desenvolvimento recai não apenas sobre desenvolvedores independentes, mas sobre os que trabalham em grandes empresas de tecnologia como Huawei, Intel, Red Hat, Google ou AMD.

Imagem | TED Conference

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