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Rússia acelera e gastará US$ 2,54 bilhões até 2030 em seu plano de semicondutores

Em maio, a Rússia anunciou que já tem pronto seu primeiro equipamento de fotolitografia de ultravioleta extremo.O Ministério da Indústria e Comércio da Rússia lançou um programa de desenvolvimento de equipamentos litográficos.

Russia Acelera Seu Plano De Semicondutores
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Os meios de comunicação estão atentos a cada passo que o governo chinês dá para reforçar sua indústria de circuitos integrados. No atual cenário de tensão entre o país liderado por Xi Jinping, de um lado, e os EUA e seus aliados, do outro, é compreensível que a China esteja no centro das atenções. No entanto, a Rússia, nesse setor, tem passado relativamente despercebida, e a notícia que estamos prestes a explorar nos lembra que isso não deveria ser o caso.

As sanções dos EUA e seus aliados têm como objetivo causar na indústria de semicondutores da Rússia o mesmo impacto que estão tendo na China. Durante a reunião do G7 realizada em junho, no sul da Itália, os países membros concordaram em aplicar sanções ainda mais restritivas, direcionadas especificamente à indústria russa de circuitos integrados.

O objetivo era impedir que o país liderado por Vladimir Putin obtivesse os chips avançados necessários para seu armamento de última geração. Apesar da pressão dos EUA e seus aliados, ela não tem sido completamente eficaz.

Embora dificulte a chegada de semicondutores de ponta produzidos nos EUA e na Ásia, a Rússia tem conseguido acessar circuitos integrados avançados fabricados por Intel, AMD e NXP Semiconductors por meio de países como China, Turquia e Emirados Árabes.

Ainda assim, é evidente que a Rússia não pode sustentar essa dependência de países estrangeiros a longo prazo, especialmente no cenário atual. Assim como a China, a Rússia precisa tornar sua indústria de semicondutores mais autossuficiente.

A Rússia já tem sua resposta pronta

No final de maio, Vasily Shpak, vice-ministro de Indústria e Comércio da Federação Russa, anunciou durante a conferência "Indústria Digital da Rússia Industrial" que o país já está com seu primeiro equipamento de fotolitografia de ultravioleta extremo (UVE) pronto.

Ainda não se conhecem os detalhes tecnológicos dessa máquina, e pode ser que a Rússia nunca divulgue essa informação. No entanto, presumivelmente, a tecnologia deve se basear em algo semelhante à utilizada pela ASML em seus próprios equipamentos de litografia UVE.

Além disso, Vasily Shpak confirmou que a construção desse equipamento é inteiramente russa. E, o que é ainda mais relevante, ele também antecipou que essa primeira máquina de UVE é capaz de fabricar circuitos integrados de 350 nm. À primeira vista, isso pode parecer pouco, considerando que as empresas taiwanesa TSMC e sul-coreana Samsung estão fabricando semicondutores de 3 nm com os equipamentos de UVE da ASML.

No entanto, o ponto crucial é que a Rússia, aparentemente, já possui a tecnologia necessária para desenvolver essas máquinas de fotolitografia.

A Rússia afirma que já possui a tecnologia necessária para fabricar seus próprios equipamentos de litografia UVE.

E tem mais!

Segundo o meio de comunicação russo "CNews", o Ministério da Indústria e Comércio da Rússia lançou um programa em grande escala com o objetivo de acabar definitivamente com a importação de equipamentos para fabricação de chips do exterior.

A Rússia investirá 2,54 bilhões de dólares até 2030 no desenvolvimento de suas próprias máquinas de fotolitografia, permitindo que o país se torne independente das potências estrangeiras.

À primeira vista, pode parecer um investimento modesto, mas, no contexto da economia russa, é um gasto significativo que, a médio prazo, busca desenvolver a capacidade de fabricar chips de 28 nm. Veremos como o país se sai nessa empreitada.

Mais informações | CNews

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