O dia 13 de outubro foi de celebrações na Starbase, a sede da SpaceX no sudeste do Texas. Uma hora depois que o propulsor Super Heavy foi capturado com sucesso pelos braços da torre de lançamento, a nave Starship amerissou (pousou no mar) pela primeira vez no ponto previsto, onde uma bóia a aguardava para registrar o momento. Ou seja: dois objetivos completados com sucesso.
Além de ser o foguete mais alto e potente do mundo, a Starship é o primeiro lançador rapidamente reutilizável. Ou pelo menos é isso que a SpaceX está tentando conseguir. Nesse dia 13/10, pela primeira vez, a empresa conseguiu recuperar a etapa Super Heavy (o propulsor de 70 m de altura), fazendo com que ele retornasse à torre de lançamento para ser capturado ainda em voo pelos braços robóticos instalados na base.
A etapa Starship (a nave espacial de 50 m, onde irão os satélites e os astronautas no futuro) é ainda mais difícil de recuperar devido ao desafio da reentrada atmosférica, ou seja, o momento em que a nave volta à Terra a mais de 26.000 km/h, submetendo-se ao calor extremo da fricção contra o ar.
O novo escudo térmico
Em junho, a SpaceX completou pela primeira vez um amerissagem com a nave Starship, mas o escudo térmico não aguentou muito bem a reentrada e o fluxo de plasma acabou causando danos visíveis ao foguete. Mesmo assim, graças à resistência do aço inoxidável, a Starship continuou funcionando e conseguiu acionar seus motores para se colocar na vertical e simular um pouso.
No voo anterior, a Starship 29 amerissou a seis km da zona prevista. Por isso, para o quinto voo (o de 13 de outubro), a SpaceX substituiu as 18 mil telhas térmicas da Starship 30 por um escudo aprimorado, com uma nova camada de material ablativo sob as telhas que ajuda a proteger a nave do calor extremo, na esperança de que o equipamento sofresse menos danos e pousasse na área prevista.
Embora o plasma formado durante a reentrada tenha continuado fluindo em direção aos ailerons e causado danos visíveis na nave, o novo escudo térmico cumpriu seu papel. Uma hora e cinco minutos após seu lançamento, a Starship 30 simulou um pouso no ponto exato do oceano Índico onde a SpaceX queria amerissar.
Prova disso é que havia uma boia equipada com uma câmera a poucos metros de onde a nave acionou seus motores, posicionando-se na vertical para "aterrar". Antes que a nave afundasse, o sistema de término de voo (FTS) foi ativado e a câmera da bóia captou a grande explosão. Os destroços da Starship afundaram no oceano após um trabalho bem feito.
Dois de dois
Elon Musk afirma que, com a amerissagem da Starship no ponto previsto, a SpaceX cumpriu dois dos dois objetivos para este voo de teste. O outro, que compreensivelmente ofuscou o voo da nave, era capturar o propulsor Super Heavy com os braços da torre Mechazilla.
A SpaceX foi a primeira empresa a fazer um foguete parcialmente reutilizável (o Falcon 9) e agora está prestes a conseguir isso com a Starship. Talvez esse Super Heavy não esteja em condições de voltar a voar, mas não há dúvida de que a SpaceX acabará conseguindo. Quanto à nave Starship, ela ainda não é reutilizável, mas, no ritmo em que a empresa vai, ninguém duvida de que acabará sendo.
Texto traduzido e adaptado do Xataka Espanha
Imagens | SpaceX
Ver 0 Comentários