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Cada vez mais vozes na indústria tecnológica pensam que a IA é uma bolha gigantesca; e elas têm bons argumentos

  • Robin Li, CEO da Baidu, acredita que a bolha acabará estourando.

  • Apenas 1% das empresas sobreviverá e dominará um mercado que, segundo ele, criará um enorme valor.

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

A IA é uma bolha. Quem diz isso não somos nós, mas sim Robin Li, CEO da Baidu, o gigante tecnológico chinês que, curiosamente, também foi contagiado pelo fenômeno. Apesar dos investimentos no desenvolvimento de seu chatbot Ernie e outras soluções, o executivo acredita que o cenário não é promissor.

De bolha em bolha

As declarações foram feitas em uma entrevista durante o evento “Future of Business”, organizado pela Harvard Business Review. Nela, Li explicou que o que estamos vivenciando com a IA já foi visto com outras “ondas tecnológicas”. Ele citou como exemplo claro a bolha das pontocom no final de 1999, afirmando que o fenômeno da bolha “é praticamente inevitável”.

Já não é mais tão empolgante assim, mas é saudável.

Para o executivo, quando a fase de entusiasmo inicial passar, as pessoas vão se sentir decepcionadas ao perceber que a tecnologia não atingiu toda a grande expectativa que havia sido criada. Ainda assim, ele destacou que esse ciclo que estamos vivendo “é saudável”.

99% das empresas de IA vão desaparecer

Para Li, o que vai acontecer é claro: a explosão da bolha fará com que 99% das empresas que atualmente atuam nesse setor desapareçam. O processo de “limpeza” no setor será intenso, pois eliminará “muitas dessas inovações falsas ou produtos que não têm encaixe no mercado”.

E aquele 1% dominará tudo em IA

A consequência será uma concentração em apenas 1% das empresas atuais. Essas poucas companhias “se destacarão, serão gigantes e criarão um valor enorme”. Na opinião do executivo, neste ano, a evolução da IA foi mais tranquila, mas também mais saudável do que no ano passado.

A IA quase não erra mais

Segundo Li, uma das melhorias mais significativas que vimos nos últimos 18 meses está na precisão dos chatbots, que já não erram tanto como antes. “Quando você conversa com um chatbot, basicamente pode confiar na resposta que ele te dá.”

Mas vai demorar para impactar nossos empregos

Ele também destacou o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho, que, segundo ele, vai acontecer, mas a longo prazo: levará entre 10 e 30 anos até que a IA substitua empregos humanos.

Bolha de IA, sim ou não?

Situações recentes também apontam que estamos vivendo uma bolha de IA. Em julho, por exemplo, o Nasdaq 100 perdeu mais de um trilhão de dólares em um único dia, com as Big Techs como protagonistas. O mesmo aconteceu em agosto.

A razão: os benefícios da IA não estavam claros para os investidores, que mudaram suas posições. Meses depois, isso parece apenas um tropeço, pois a NVIDIA está em máximas históricas, e o restante das grandes empresas de tecnologia também apresentam tendências de alta. Se existe uma bolha, uma coisa é certa: ela continua a inflar.

Imagem | Xataka de Freepik Pikaso

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