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Grandes fracassos no cinema têm nome em comum: Lionsgate

Lionsgate vive um annus horribilis com fracassos como Borderlands e O Corvo

Lionsgate acumula fracassos no ano
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Por muito tempo, a Lionsgate foi considerado o terceiro grande estúdio de Hollywood, ao lado de Disney e Warner. A distribuidora acumulava alguns dos maiores sucessos de bilheteria e possuía franquias poderosas: Jogos Mortais, Jogos Vorazes, John Wick, Red, O Exterminador do Futuro, Crepúsculo... Contudo, apesar de ter ganhado força nos últimos anos, a Lionsgate agora vê sua estabilidade ameaçada por uma série de fracassos consecutivos nas bilheterias.

Não é só Coringa

Todos estão falando de Coringa: Delírio A Dois, mas esse é um caso isolado dentro do portfólio da Warner, que também produziu sucessos recentes como Beetlejuice Beetlejuice, Twisters e Duna: Parte Dois. Em contraste, a Lionsgate só acumulou fracassos. Seus últimos seis lançamentos não tiveram sorte nas bilheterias: Borderlands, O Corvo, Megalópolis, The Killer’s Game, Não Solte! e White Wings. Nenhum deles arrecadou mais de 50 milhões de dólares.

Apocalipse de asas brancas

De todos esses, o caso mais impressionante foi o de White Wings, sequência (e também prelúdio) do sucesso surpresa de 2017, Extraordinário, que emocionou ao narrar a vida de um menino com deformidade facial e arrecadou 315 milhões de dólares. Esta nova produção registrou apenas 1,58 milhão de dólares. Seu orçamento não era alto (apenas 20 milhões de dólares), mas, ainda assim, representou mais um fracasso na longa lista de decepções de bilheteria.

O primeiro dessa longa lista de insucessos foi Borderlands, que, se tornou um dos fracassos de 2024 — sem dúvida, o mais midiático até a chegada de Coringa 2. O custo de 115 milhões ficou bem longe de ser coberto pelos modestos 30,9 milhões arrecadados, que mal conseguiram cobrir as despesas de promoção. O filme ficou abaixo de produções como Madame Web e Horizon: An American Saga - Capítulo 1.

Nem tudo parece ruim

É importante considerar que nem todos esses filmes são produções exclusivamente da Lionsgate ou, pelo menos, não em sua totalidade. Entre eles, há coproduções, acordos de financiamento e lucros com pré-vendas no exterior. Por exemplo, o próprio Borderlands é coproduzido pela Gearbox e pela 2K. Já para Megalópolis, a Lionsgate pagou apenas pelos direitos de distribuição nos Estados Unidos, enquanto Francis Ford Coppola financiou do próprio bolso as despesas de marketing.

Mas é evidente que, ainda assim, foi um ano ruim para a Lionsgate. O Corvo era um dos filmes mais esperados do verão e mal arrecadou metade dos já modestos 50 milhões de dólares de orçamento. Embora o relatório financeiro do terceiro trimestre de 2024 ainda esteja para ser divulgado, o do segundo trimestre já revela grandes prejuízos: 44,4 milhões de dólares, mais que o dobro das perdas registradas no mesmo período do ano anterior.

Um futuro incerto: Bailarina

A prova de que a Lionsgate não está em sua melhor fase é que há dúvidas até sobre um spin-off de uma franquia que, até agora, parecia imbatível: Bailarina, nascida do universo de John Wick. Estava previsto para estrear em junho, mas foi adiado por um ano. A razão oficial é que as sequências de ação precisavam ser refinadas e, para isso, Chad Stahelski, diretor dos quatro filmes principais da série, teve que reassumir o projeto.

Segundo o The Wrap, o que realmente aconteceu foi que a montagem inicial feita por Len Wiseman, o diretor original, não recebeu o aval da Lionsgate, e Stahelski praticamente refilmou quase tudo. Isso deve ter soado um alarme nos escritórios da Lionsgate: as refilmagens de Borderlands, provocadas pelo fato de que a montagem original de Eli Roth não agradou ao estúdio, multiplicaram o orçamento e adiaram a estreia por vários meses. Nesse caso, o responsável pela nova versão foi o diretor de Deadpool, Tim Miller.

Cartas na manga

Muitas das franquias mencionadas anteriormente e que estão entre os bens mais preciosos da Lionsgate estão longe de estarem encerradas. Jogos Mortais e Jogos Vorazes tiveram longas recentes com bom desempenho e terão novas sequências em breve. A Lionsgate também espera reviver uma saga querida, Os Imortais, contando com o talento de Stahelski. Além disso, eles confiam em novas franquias com Good Fortune (um retorno de Keanu Reeves à comédia) e Freaky Tales, com Pedro Pascal.

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha

Imagem | Lionsgate


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