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The Rock já foi garantia de sucesso no cinema, mas há anos tem errado; seu filme de natal é prova disso

Até "Black Adam" precisamos voltar para encontrar o momento de azar.

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

The Rock tem enfrentado uma sequência de altos e baixos. O que antes era sinônimo de sucesso nas bilheterias agora é uma estrela cuja presença como protagonista não garante mais um hit. A prova mais recente é a arrecadação decepcionante de sua aposta para ser um blockbuster natalino, "Red One". Será que o público se cansou de Dwayne Johnson ou ele mesmo desgastou o brilho de sua própria estrela?

Estrela cadente

No primeiro fim de semana nos Estados Unidos, o filme em que o chefe de segurança do Papai Noel precisa resgatar o bom velhinho de forças demoníacas arrecadou apenas 34,1 milhões de dólares.

Em alguns países europeus, a estreia ocorreu uma semana antes, e, ao longo de 15 dias, o total global chegou a uns insuficientes 84,1 milhões de dólares, contra um orçamento estimado de 250 milhões, mais cerca de 100 milhões em gastos de marketing. Para comparação, "Coringa: Folie à Deux" custou 200 milhões e arrecadou 37 milhões no mesmo período – e todos consideraram isso um fracasso.

Uma origem peculiar

"Red One" teve uma trajetória de produção singular. Inicialmente, o lançamento estava previsto para o Natal de 2023, com exclusividade no Prime Video. No entanto, a greve dos roteiristas naquele ano levou ao temor de uma escassez de estreias para a temporada natalina de 2024, e decidiu-se lançá-lo nos cinemas.

Isso pode explicar o acabamento visual pouco impressionante. Para complicar, The Rock insistiu que o filme fosse exibido em IMAX após assistir a "Oppenheimer", forçando uma reformulação no processo de filmagem. Isso resultou em um vídeo comparando, de forma involuntariamente cômica, o filme de Nolan com o dele.

Um fracasso, ou não - depende do ponto de vista!

Curiosamente, esse fracasso nas bilheterias pode não representar um desastre completo para a Amazon MGM, produtora do filme. Segundo declarações publicadas pela Variety, tão importantes quanto os números nas bilheterias são os novos assinantes que o filme pode atrair para o Prime Video.

Se no próximo Natal, ou quando o filme chegar à plataforma, essa aposta tiver bons resultados, pouco importa que não tenha recuperado seu orçamento nos cinemas: será considerado um negócio vantajoso para a Amazon.

Isso muda tudo

Essa perspectiva nos obriga a repensar como definimos fracassos cinematográficos: antes, bastava uma simples subtração entre receitas e despesas, mas com a chegada do streaming, os cálculos ficaram mais complexos. Kevin Wilson, chefe de distribuição nos cinemas da Amazon MGM, afirmou à Variety que "goste ou não, o valor desses filmes é diferente no nosso modelo de negócios. Se podemos exibi-los nos cinemas e, com isso, cobrir os custos de marketing, por que não faríamos isso? Conseguimos uma campanha publicitária massiva antes mesmo do filme chegar ao streaming."

The Rock em baixa

Nos últimos anos, o que antes era um nome indiscutível nas bilheterias tem enfrentado uma fase de impacto mais questionável. Após dois sucessos em 2019, como "Hobbs & Shaw" e "Jumanji: Próxima Fase", em 2021 ele participou de duas produções de impacto muito menor: "Jungle Cruise", que teve arrecadações fracas, e "Alerta Vermelho", da Netflix, uma superprodução que, embora a plataforma tenha considerado um sucesso e já tenha confirmado duas sequências, marcou o início de uma mudança na estratégia da Netflix em relação a seus orçamentos e investimentos.

O momento Black Adam

Sem dúvida, "Adão Negro" marca um ponto de virada na filmografia de The Rock. O fracasso nas bilheterias, combinado com as notícias sobre o tumultuado processo de filmagem e as interferências de Johnson na produção, abalou sua até então impecável imagem pública. Sua tentativa de substituir o Superman no cânone de super-heróis da DC foi ambiciosa demais para um ator que, desde então, não conseguiu emplacar outro sucesso.

Possíveis exceções no horizonte?

Talvez "Moana 2" e, quem sabe, o reboot em live-action. Já "The Smashing Machine", sua primeira incursão no cinema dramático com o biopic de um lutador real, surge como o próximo grande mistério em sua carreira.


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