Tendências do dia

6G promete ser até 100 vezes mais rápido que 5G e já tem data para chegar

  • Nokia projeta chegada da nova rede de conexão móvel para 2030

  • No Brasil, Anatel avança 5G e aguarda definição de padrões para definir plano para 6G

Foto: Nasa
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
pedro-mota

PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

O avanço da cobertura de 5G no Brasil e no mundo tem oferecido acesso à internet em velocidades cada vez mais rápidas, além de uma garantia de conectividade praticamente ininterrupta em diversas partes do globo. Enquanto a rede 5G é uma revolução que ainda precisa chegar em vários pontos, os olhares da tecnologia já estão no próximo passo: o 6G.

É verdade que a tecnologia ainda está em fase preliminar, praticamente como conceito, bem distante do acesso ao público de forma comercial. Apesar disso, já há testes em operação, incluindo um satélite 6G chinês, o primeiro do mundo, lançado em 2024.

O verdadeiro potencial do 6G

A rede 6G traz a próxima geração das tecnologias sem fio, com a missão de superar os recursos do 5G. A expectativa é de operação em frequências mais altas, resultando em velocidades que podem ser 50 a 100 vezes maiores do que as praticadas hoje em dia. Isso, é claro, dependendo de fatores de conectividade para cada operadora e região.

Assim como ocorreu no salto do 4G para o 5G, a evolução para o 6G deve ter como principal vantagem a redução da latência na comunicação. Especialistas projetam uma velocidade até 1.000 vezes mais rápida para as novas redes. Isso significa avanços tremendos para tecnologias como experiências imersivas de realidade virtual e jogos em tempo real ou veículos autônomos, por exemplo.

Além disso, uma rede 6G mais capaz aceita a conexão de mais dispositivos conectados e menor interferências. Ou seja, o mundo da chamada Internet das Coisas (IoT), com conectividade ampla e infraestrutura de automação, seja em escala industrial ou residencial, fica mais próximo.

Se a queda de latência promete grande evolução, a velocidade de conexão não fica para trás. A nova tecnologia pode ter taxas de dados de pico de 1 terabyte por segundo, o que aceleraria ainda mais processos dessa mesma Internet das Coisas (IoT).

Desafios para implementação do 6G

Os maiores desafios para implementação do 6G hoje são tecnológicos e logísticos. A busca é por desenvolver novos componentes que permitam o alcance das altas frequências para transmissão dos dados, ao mesmo tempo que garantam segurança dos usuários, tanto na parte tecnológica como na parte de saúde.

Por outro lado, empresas de telefonia também precisam se capacitar para garantir a nova infraestrutura das redes 6G. A mudança não consiste apenas na atualização das torres já existentes, mas passa pela compensação de limitações das frequências mais altas. Para driblar isso, será preciso aplicar uma malha densa de pequenas células, especialmente em áreas urbanas, o que gera não só custos, mas questões sobre planejamento urbano, impacto ambiental e acesso igualitário à população.

Utilidades do 6G

O aumento de velocidade de resposta e conexão esperado para o 6G pode oferecer novas aplicações para o uso das redes móveis.

  • Redes neurais e machine learning: a ampliação da conectividade garante a implementação de redes neurais e algoritmos para redes mais inteligentes e eficientes, com maior adaptação do machine learning para diferentes cenários
  • Computação quântica: o novo 6G permite aplicativos mais avançados, aumentando os recursos de processamento e análise da computação quântica.
  • Hologramas e realidade aumentada: alguns especialistas projetam que o 6G irá possibilitar avanços em experiências com hologramas, aumentando sua eficiência e semelhança com a realidade, transformando a comunicação em espaços de comunicação digital ou mesmo para o consumo de entretenimento.

Chegada do 6G

De acordo com previsões da Ericsson, empresa sueca de tecnologia, as primeiras redes com tecnologia 6G serão ativadas por volta de 2030.

Até lá, alguns países já estão dando seus primeiros passos. A Coreia do Sul foi o primeiro país a implementar o 5G e planeja repetir o feito com o 6G. Em uma reunião em agosto de 2020, o primeiro-ministro coreano Chung Sye-Kyun anunciou um investimento de US$ 170 milhões (R$ 988 milhões) até 2026 em pesquisa e desenvolvimento da rede 6G. Com isso, a Coreia pretende implementar a rede até 2028, dois anos da expectativa internacional.

A China já saiu na frente com o lançamento de um satélite experimental para testar a transmissão de sinais terahertz, essencial para implementar o 6G. O país quer liderar a próxima geração de conectividade móvel e une investimento estatal com os esforços de gigantes da tecnologia como Huawei e ZTE.

No ocidente, grandes empresas de tecnologia sediadas nos EUA, juntamente com universidades influentes no país, já iniciaram esforços de pesquisa e desenvolvimento. A Comissão Federal de Comunicações (FCC) abriu as bandas de ondas "terahertz" para fins experimentais, pavimentando o caminho para a experimentação do 6G, enquanto empresas como AT&T, Verizon e a Next G Alliance trabalham para moldar o futuro da rede.

A Europa também não fica de fora. A principal iniciativa vem da Nokia, sediada na Finlândia. A empresa participa do projeto Hexa-X, que é essencialmente o carro-chefe europeu para a pesquisa do 6G.

No Brasil, a implementação deverá ser feita pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Consultada pela reportagem do Xataka Brasil, a Agência explicou que aguarda definições apresentadas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), responsável pelo debate a nível mundial. Só a partir dos avanços, então, um plano de implementação pode ser traçado.

Inicio