A Huawei ressurgiu em seu país natal com uma estratégia que atualmente está funcionando: seus próprios chips da indústria local, certas polêmicas em meio a tensões geopolíticas com os EUA e um ecossistema certificado na China como 100% de desenvolvimento próprio. O HarmonyOS Next começou a dar seus primeiros passos, mas não antes de convencer os desenvolvedores de aplicativos.
Embora o sistema operacional da Huawei esteja sendo testado em versões preliminares, os primeiros telefones que o estrearão serão os Huawei Mate 70, sucessores do polêmico Mate 60. A empresa chinesa está dando tudo de si e agora anunciou o retorno de uma figura polêmica para promover o lançamento.
Huawei Mate 70 marca um gol antes do lançamento
O Huawei Mate 70 será o próximo carro-chefe da gigante chinesa,que recentemente revelou e lançou o primeiro dispositivo dobrável, um Huawei Mate XT que arrebatou as vendas e ofuscou o iPhone 16 da Apple na China.
Bem, os próximos membros da família Mate 70 sucederão o polêmico Mate 60 que incomodou os Estados Unidos ao usar tecnologia proibida. Tanto o processador quanto as memórias foram alvo de polêmica: o país norte-americano achou que não poderia fabricar tais componentes (ou tê-los no caso das memórias).
Agora, espera-se movimento com os Mate 70, dos quais conhecemos as especificações graças a vazamentos recentes. Também sabíamos que a produção teria começado, segundo fontes da cadeia de produção, então o lançamento previsto para este outono está mantido.
Além disso, os telefones da Huawei serão lançados sob a proteção de uma figura muito relevante para a empresa: Wanzhou Meng, que retornou ao seu cargo de presidente rotativa. Ela iniciou seu mandato em outubro e o estenderá até março do ano que vem, com um objetivo crucial: supervisionar o Conselho de Administração e o Comitê Executivo da empresa.
Meng monitorará os passos dos próximos smartphones da Huawei, que incorporarão o HarmonyOS Next desde o início. Eles também virão equipados com conectividade 5G com o novo chip da HiSilicon, um marco considerando os desafios aos quais estão expostos após as sanções dos EUA.
A estratégia da Huawei com o retorno de Wanzhou Meng é reafirmar o domínio no mercado chinês, especialmente contra rivais estrangeiros como a Apple, que já ultrapassou o número de usuários. A presidente já ocupou esse cargo de abril a setembro de 2023, período em que liderou o surpreendente retorno da Huawei aos celulares 5G.
Presidência de Meng trouxe sucesso e polêmicas
A Digitimes diz que Meng também liderará iniciativas para impulsionar as vendas do Mate XT. Antes de seu mandato anterior, ela já trabalhava para a Huawei em março de 2022, quando foi nomeada como uma das três executivas seniores.
A presença de Meng simboliza muito mais do que simples mudanças internas de pessoal: em 2018 ela foi presa e marcou uma virada no conflito China-EUA. Na época, Donald Trump sugeriu usá-la como moeda de troca em negociações comerciais, conforme afirma o Financial Times.
Portanto, o retorno da presidente pode ser entendido como um movimento estratégico da China para fortalecer sua postura competitiva contra rivais estrangeiros diretos: Samsung e Apple já levaram uma fatia do bolo que é o mercado chinês.
Na verdade, Meng também pode impulsionar a implantação da Huawei em mercados internacionais. Sabemos que eles pretendem estender o HarmonyOS para além da China. No entanto, por enquanto, parece que reduzirá sua influência para o mercado local, para competir com smartphones premium de outros fabricantes.
Seja como for, é impressionante que o retorno de Meng ocorra em meio a tensões contínuas entre as duas nações. Enquanto os EUA tentam limitar a atividade da Huawei, a fabricante chinesa conta com o apoio de sua indústria e governo, que fez investimentos multimilionários para o desenvolvimento. Continuaremos atentos a esse confronto tecnológico que tem como protagonistas os smartphones e os sistemas operacionais móveis.
Imagem da capa | Composição com imagens de Eva Rodríguez de Luís e FMT
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