Após a vitória de Donald Trump nas urnas, a fortuna de Elon Musk quebrou um recorde duplo: ultrapassou a marca dos 400 bilhões de dólares (R$ 2,3 trilhões) e quase dobrou em apenas alguns meses.
No entanto, como diz o ditado em inglês: "easy come, easy go". O dinheiro que chega fácil, fácil se vai. Pela primeira vez em 2025, a fortuna de Musk caiu abaixo desse marco simbólico, e a principal responsável por essa queda foi a Tesla.
Abaixo dos 400 bilhões
A maior fortuna do mundo sofreu um forte revés, caindo dos 428 bilhões de dólares registrados na primeira semana de janeiro para 387,1 bilhões de dólares (R$ 2,2 trilhões) hoje.
Essa perda de 40,9 bilhões de dólares (R$ 236 milhões) em apenas uma semana marca o fim de uma sequência de dois meses de altas constantes na fortuna de Musk, que atingiu seu ápice em 486,4 bilhões de dólares (R$ 2,8 trilhões) no dia 17 de dezembro de 2024. Sem dúvida, um valor muito difícil de manter ao longo do tempo.
Menos rico, mas ainda muito, muito rico
Apesar da enorme desvalorização que sua fortuna sofreu nas últimas duas semanas, Elon Musk continua sendo a pessoa mais rica do mundo. Ele é seguido por Mark Zuckerberg, cuja fortuna não parou de crescer em 2025 e já alcança 249,8 bilhões de dólares (R$ 1,4 trilhão).
O terceiro e o quarto lugar na lista de bilionários da Forbes são ocupados por Jeff Bezos, com 243,4 bilhões de dólares (R$ 1,4 trilhão), e Larry Ellison, com 214,5 bilhões de dólares (R$ 1,2 trilhão), ainda se recuperando do terremoto no mercado de ações causado pela apresentação do DeepSeek.
A queda da Tesla arrasta Elon
Além de ser seu CEO, Elon Musk é o principal investidor minoritário da Tesla, controlando entre 12% e 15% da fabricante de carros elétricos. Isso significa que cerca de 60% de sua fortuna está atrelada à Tesla — para o bem ou para o mal.
A empresa liderada por Musk não está em seu melhor momento. Suas ações acumulam uma queda de mais de 30%, sendo 16,6% somente neste ano. Com isso, a empresa voltou ao mesmo valor de mercado que tinha no final de 2021. A desvalorização se intensificou após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, quando os investidores confirmaram a tendência de queda nas vendas de veículos.
Ajuste de mercado e expectativas
Como apontado pela Bloomberg, há uma dissonância entre os dados financeiros reais da Tesla e o preço de suas ações. Esse fenômeno é comum em startups com grande potencial de crescimento acelerado, mas não costuma acontecer com empresas maduras, com mais de uma década de atuação. Assim, a queda no valor de mercado da empresa pode ser um reflexo do ajuste nas expectativas dos investidores diante dos resultados financeiros negativos dos últimos trimestres.
A chegada da DeepSeek também teve um grande impacto. Como Musk tem reiterado em diversas ocasiões, a Tesla deixará de ser apenas uma fabricante de carros para se tornar uma empresa de IA. No entanto, a possibilidade de desenvolver inteligência artificial a um custo menor gerou incertezas entre os investidores da Tesla. Em resumo, a tempestade perfeita para a companhia.
Já não é seu xodó
Os investidores toleraram, mais mal do que bem, que seu CEO dedicasse atenção à gestão de outras empresas. Não faltaram críticas quando ele se concentrou em fazer seus foguetes pousarem de forma autônoma, nem quando parecia passar mais tempo postando mensagens polêmicas no X do que focado na Tesla. Ainda assim, Musk conseguia acalmar os ânimos ao apresentar resultados financeiros brilhantes — tanto que até conseguiu ratificar seu bilionário pacote salarial.
No entanto, seu novo papel à frente do DOGE na administração Trump e seu apoio explícito a partidos de extrema-direita na Europa reacenderam as dúvidas entre os investidores. Muitos agora se perguntam se Musk está dedicando o tempo e a energia necessários para tirar a Tesla da atual espiral de queda.
Imagen | Flickr (NASA HQ PHOTO), Unsplash (Dmitry Novikov)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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