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As TVs gigantes estão cada vez mais comuns, mas é preciso levar estes dois fatores em conta na hora de comprá-las

Mesmo que tenhamos espaço na sala, nem sempre é conveniente comprar a maior TV que couber, pois isso pode trazer problemas adicionais

Escolher o tamanho da sua TV envolve mais do que apenas o espetáculo / Imagem: Peter Geo
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

As telas dos nossos dispositivos têm ficado cada vez maiores e com preços mais acessíveis, por isso não é incomum pensarmos em comprar a maior TV que caiba no móvel da sala ou que possa ser fixada na parede.

Sem dúvida, ela terá um visual impressionante, mas é importante considerar vários aspectos antes de optar pela maior polegada possível, como o tamanho do ambiente onde será instalada, a distância em que ficaremos sentados e, principalmente, o tipo de uso que daremos à TV. Afinal, uma coisa é utilizá-la esporadicamente para assistir a um filme de vez em quando, outra bem diferente é deixá-la ligada o dia todo para acompanhar a programação da TV aberta. Que problemas podem surgir ao comprar uma TV grande demais?

Maior consumo de energia

Polegadas Imagem: Antonio Vallejo

Um dos fatores que geralmente não levamos em conta ao escolher um televisor é o consumo de energia. Normalmente, nos atentamos à resolução, ao brilho, às funcionalidades e à tecnologia do painel, mas raramente verificamos se ele consome mais ou menos watts.

No entanto, esse é um aspecto crucial, especialmente para quem mantém a TV ligada por várias horas ao dia como “som ambiente”. Além disso, torna-se ainda mais relevante ao escolher um modelo com muitas polegadas.

Por isso, vale a pena conferir as especificações técnicas dos diferentes modelos para comparar o consumo de energia e até mesmo considerar uma tecnologia mais eficiente, como OLED, que pode proporcionar uma economia significativa a longo prazo.

Se a pessoa tem o hábito de deixar a TV ligada por 8 a 10 horas diárias, a melhor opção é escolher um modelo de tamanho moderado, pois, em telas acima de 55 polegadas, o consumo elétrico aumenta consideravelmente em comparação com versões menores.

Polegadas

Para verificar isso, basta acessar as especificações dos fabricantes nos sites oficiais e observar como os valores "padrão" (para um uso intermediário, com brilho e luminosidade em nível médio) e "nominais ou máximos" aumentam consideravelmente conforme o tamanho da tela.

Nos televisores LCD mais antigos, o consumo facilmente ultrapassa os 200-250 watts em modelos de 50-55 polegadas. Mas um televisor LCD-LED moderno de gama média, como o Sony XG95 (2019), apresenta um consumo padrão/máximo de 145/256 watts em 55 polegadas, que sobe para 176/313 watts em 65 polegadas, 230/371 watts em 75 polegadas e chega a 282/438 watts no modelo de 85 polegadas.

Se optarmos pela tecnologia OLED, o consumo tende a ser menor em comparação com LCD. Por exemplo, um modelo do mesmo fabricante, o Sony AG9, apresenta valores de 132/394 watts em 55 polegadas e 169/490 watts em 65 polegadas. Outra opção mais eficiente dentro da linha OLED é o LG G16LA com painel EVO, que consome 107/165 watts na versão de 55 polegadas e 128/226 watts na versão de 65 polegadas.

Ou seja, passar de um televisor de 55 polegadas para um de 75-77 polegadas pode significar um aumento de cerca de 70-80% no consumo elétrico, algo que deve ser levado em conta caso a TV fique ligada por muitas horas ao dia.

Problemas de saúde ao ter uma TV grande demais

Polegadas

Ao analisar a experiência de assistir a uma tela de cinema, os especialistas recomendam considerar um ângulo de visão ideal de 30 graus para reduzir o chamado problema do "jogo de tênis". Isso significa que a distância mínima de visualização deve ser três vezes a altura da TV ou 1,6 vez a diagonal da tela, considerando uma proporção de 16:9.

Dessa forma, para distâncias menores que 2 metros, o ideal é um tamanho de até 50 polegadas. TVs de 55 polegadas são recomendadas para distâncias de 2,1 metros, modelos de 65 polegadas para cerca de 2,5 metros e, se quisermos uma tela de 75 polegadas ou mais, devemos estabelecer pelo menos 2,9 metros entre a TV e nossa posição na sala.

No entanto, há exceções, como quando a TV é usada apenas para assistir a filmes de forma esporádica e não diariamente. Nesses casos, a distância pode ser reduzida, e alguns criadores de conteúdo até defendem essa abordagem.

Porém, se assistimos TV com frequência e ignoramos essas recomendações ao escolher um modelo muito grande, podemos sofrer diversos problemas que afetam tanto a experiência de uso quanto a nossa saúde.

Distância mínima deve ser três vezes a altura



TAMANHO DA TELA

ALTURA EM CM

DISTÂNCIA RECOMENDADA EM CM

49 polegadas

627

1881

55 polegadas

703

2110

65 polegadas

826

2479

75 polegadas

975

2873

O primeiro deles é a fadiga visual, causada pelo fato de não conseguirmos abarcar toda a tela de uma só vez. Isso significa que precisamos mover a cabeça constantemente de um lado para o outro para visualizar todas as áreas da imagem.

Além disso, não conseguir abranger toda a tela de uma só vez pode, com o tempo, causar desconforto nos músculos do pescoço e das costas, além de exigir um esforço excessivo de acomodação dos olhos. Segundo alguns especialistas, isso pode resultar em sintomas como ardência ou visão embaçada, que naturalmente pioram com o uso prolongado das telas.

Outro ponto é que uma TV grande geralmente é mais luminosa do que uma menor, pois possui uma área maior de emissão de luz. Essa característica é ideal para ambientes bem iluminados durante o dia, mas pode ser problemática se costumamos assistir à TV em salas escuras ou no período da noite.

Se passamos muitas horas assistindo à TV, ter uma fonte de luz grande e intensa voltada diretamente para nós pode causar desconforto e fadiga visual, mesmo que seja possível reduzir o brilho até certo ponto. Por isso, para quem costuma assistir à TV à noite por longos períodos, é recomendável contar com alguma iluminação ambiente para suavizar o impacto da luz direta e reduzir o cansaço ocular.

Imagem | Peter Geo

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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