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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU completam 10 anos, mas avanços seguem lentos

Biotechs brasileiras buscam soluções para acelerar o cumprimento das metas até 2030

10 anos ODS: Agricultura Sustentável ainda precisa de avanços. Imagem: Pixabay/Reprodução
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Este ano marca uma década da criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, um dos compromissos globais mais importantes do século 21. Os 17 ODS foram definidos durante a Cúpula das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável e assinados por líderes de diversos países, com o objetivo de nortear políticas públicas e privadas para transformar a forma como produzimos, consumimos e cuidamos do planeta.

No entanto, o progresso está bem abaixo do esperado.

A ONU já deu o alerta: o mundo não está avançando no ritmo necessário para atingir os ODS. Segundo um relatório da organização, menos de 20% das metas estão no caminho certo. Sem investimentos massivos e ações coordenadas, o cumprimento dos ODS até 2030 segue incerto.

"Os ODS são um chamado global para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir qualidade de vida para toda a população. Desde o início, ficou claro que seria preciso um esforço conjunto entre governos, setor privado e sociedade civil. Hoje, muitas startups de biotecnologia estão trabalhando para criar soluções sustentáveis e contribuir com esse avanço", explica Rafael de Souza, cofundador e CEO da Symbiomics.

Biotecnologia como aliada no avanço dos ODS

Fundada em 2021, a Symbiomics desenvolve produtos biológicos de alto desempenho para o agronegócio, ajudando a aumentar a produtividade de forma sustentável. A biotech foca especialmente em dois ODS principais: Fome Zero e Agricultura Sustentável (ODS 2) e Saúde e Bem-estar (ODS 3).

Para contribuir com o ODS 2, a empresa aposta em tecnologias que tornam as lavouras mais resistentes às mudanças climáticas, como secas e pragas, reduzindo a necessidade de defensivos químicos. "Nosso foco é desenvolver soluções biológicas que melhorem a produtividade agrícola sem comprometer o meio ambiente", afirma Souza.

O cenário global, no entanto, é desafiador. Dados da ONU mostram que, em 2022, 23 milhões de pessoas foram levadas à pobreza extrema, e 733 milhões passaram fome em 2023. A pandemia de COVID-19 também agravou essa situação. Além de garantir maior produção de alimentos, a biotecnologia também contribui para a qualidade nutricional dos alimentos, promovendo a saúde e colaborando com o ODS 3.

A biotech também trabalha para atender outros dois ODS: Vida na Água (ODS 14) e Vida Terrestre (ODS 15). "Ao desenvolver produtos biológicos, reduzimos a dependência de fertilizantes sintéticos, minimizando impactos em ecossistemas terrestres e aquáticos. A sustentabilidade precisa ser pensada de forma ampla", reforça Jader Armanhi, cofundador e COO da Symbiomics.

O futuro dos ODS: é preciso acelerar

O sucesso dos ODS depende do compromisso de governos, empresas e instituições de pesquisa. A biotecnologia já se mostra uma peça-chave para acelerar esse progresso, mas especialistas alertam que sem mais investimento e apoio, os avanços serão limitados.

"Os desafios são enormes, mas também existem muitas oportunidades. Startups de biotecnologia estão mostrando que ciência e inovação podem ser aliadas na construção de um futuro mais sustentável. O próximo passo é expandir essas soluções para mais setores e garantir que elas se tornem acessíveis", conclui Armanhi.

Faltando apenas cinco anos para o prazo final, o tempo está se esgotando. A aceleração dos esforços será decisiva para transformar os ODS em realidade.

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