Este ano marca uma década da criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, um dos compromissos globais mais importantes do século 21. Os 17 ODS foram definidos durante a Cúpula das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável e assinados por líderes de diversos países, com o objetivo de nortear políticas públicas e privadas para transformar a forma como produzimos, consumimos e cuidamos do planeta.
No entanto, o progresso está bem abaixo do esperado.
A ONU já deu o alerta: o mundo não está avançando no ritmo necessário para atingir os ODS. Segundo um relatório da organização, menos de 20% das metas estão no caminho certo. Sem investimentos massivos e ações coordenadas, o cumprimento dos ODS até 2030 segue incerto.
"Os ODS são um chamado global para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir qualidade de vida para toda a população. Desde o início, ficou claro que seria preciso um esforço conjunto entre governos, setor privado e sociedade civil. Hoje, muitas startups de biotecnologia estão trabalhando para criar soluções sustentáveis e contribuir com esse avanço", explica Rafael de Souza, cofundador e CEO da Symbiomics.
Biotecnologia como aliada no avanço dos ODS
Fundada em 2021, a Symbiomics desenvolve produtos biológicos de alto desempenho para o agronegócio, ajudando a aumentar a produtividade de forma sustentável. A biotech foca especialmente em dois ODS principais: Fome Zero e Agricultura Sustentável (ODS 2) e Saúde e Bem-estar (ODS 3).
Para contribuir com o ODS 2, a empresa aposta em tecnologias que tornam as lavouras mais resistentes às mudanças climáticas, como secas e pragas, reduzindo a necessidade de defensivos químicos. "Nosso foco é desenvolver soluções biológicas que melhorem a produtividade agrícola sem comprometer o meio ambiente", afirma Souza.
O cenário global, no entanto, é desafiador. Dados da ONU mostram que, em 2022, 23 milhões de pessoas foram levadas à pobreza extrema, e 733 milhões passaram fome em 2023. A pandemia de COVID-19 também agravou essa situação. Além de garantir maior produção de alimentos, a biotecnologia também contribui para a qualidade nutricional dos alimentos, promovendo a saúde e colaborando com o ODS 3.
A biotech também trabalha para atender outros dois ODS: Vida na Água (ODS 14) e Vida Terrestre (ODS 15). "Ao desenvolver produtos biológicos, reduzimos a dependência de fertilizantes sintéticos, minimizando impactos em ecossistemas terrestres e aquáticos. A sustentabilidade precisa ser pensada de forma ampla", reforça Jader Armanhi, cofundador e COO da Symbiomics.
O futuro dos ODS: é preciso acelerar
O sucesso dos ODS depende do compromisso de governos, empresas e instituições de pesquisa. A biotecnologia já se mostra uma peça-chave para acelerar esse progresso, mas especialistas alertam que sem mais investimento e apoio, os avanços serão limitados.
"Os desafios são enormes, mas também existem muitas oportunidades. Startups de biotecnologia estão mostrando que ciência e inovação podem ser aliadas na construção de um futuro mais sustentável. O próximo passo é expandir essas soluções para mais setores e garantir que elas se tornem acessíveis", conclui Armanhi.
Faltando apenas cinco anos para o prazo final, o tempo está se esgotando. A aceleração dos esforços será decisiva para transformar os ODS em realidade.
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