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Geração Z enfrenta salários precários e aluguéis exorbitantes: em breve, eles serão a geração mais rica da história

  • A geração Z está enfrentando um dos cenários mais desafiadores: preços de moradia nas alturas e um futuro profissional marcado pela incerteza.

  • Mesmo assim, um relatório do Bank of America prevê que, dentro de uma década, essa será a geração mais rica da história.

Gen Z será mais rica do mundo. Imagem: Unsplash (Alexander Grey)
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Embora hoje muitos jovens da Geração Z estejam lidando com um mercado de trabalho instável, um cenário imobiliário insustentável e gastos básicos em constante alta, em apenas uma década eles podem estar liderando a economia global — graças a um fenômeno chamado “Grande Transferência de Riqueza”. E a forma como essa geração enxerga o mundo promete mudar tudo.

Uma década de ascensão meteórica

Um relatório recente do Bank of America analisou o futuro da Geração Z, que hoje ainda apresenta saldo financeiro negativo, com grande parte de seus recursos sendo consumidos por despesas como moradia e educação — em contraste com os salários normalmente baixos do início da carreira profissional.

Mesmo assim, os dados mostram que, em apenas dois anos desde sua entrada no mercado de trabalho, essa geração já movimenta cerca de US$ 9 trilhões em renda global. A projeção do banco é de que esse número salte para US$ 36 trilhões até 2030 e atinja impressionantes US$ 74 trilhões até 2040, impulsionado pela transferência gradual de patrimônio das gerações anteriores.

Primeiros anos difíceis pela frente

O relatório aponta que a Geração Z enfrentará anos iniciais especialmente desafiadores no mercado de trabalho. Muitos jovens, recém-formados, se deparam com dinâmicas profissionais que não compreendem totalmente — apesar de estarem, na maioria dos casos, altamente qualificados para vagas que pagam pouco e oferecem poucas perspectivas de crescimento.

A chegada da inteligência artificial ao mundo do trabalho também não deve facilitar esse início. O Bank of America alerta que essa geração encontrará um mercado com menor oferta de vagas, num cenário de arrefecimento nas contratações.

Segundo dados divulgados pelo portal 3DJuegos, a Geração Z já precisa de 146% do salário mínimo para conseguir se manter — o que representa três vezes mais do que os baby boomers precisavam para cobrir suas despesas básicas, e o dobro dos gastos enfrentados pela Geração X e pelos millennials.

A grande virada financeira: a geração Z como nova potência econômica

Apesar do início turbulento, os dados de uma das maiores instituições bancárias do mundo apontam que a Geração Z deverá passar por um crescimento exponencial nos próximos anos — a ponto de se tornar a geração mais rica e mais numerosa do planeta até 2035. Nesse ano, os gen Z representarão cerca de 30% da população mundial.

Esse movimento é impulsionado pela chamada “Grande Transferência de Riqueza” — uma mudança massiva de capital das gerações mais velhas para os mais jovens, especialmente da geração baby boomer para os millennials e a Geração Z. O relatório do Bank of America reforça estimativas já feitas anteriormente pela consultoria Cerulli Associates.

De acordo com o relatório da Cerulli, publicado em 2022, cerca de US$ 84 trilhões em patrimônio devem ser transferidos para as novas gerações até 2045. Nos Estados Unidos, estima-se que 38% da Geração Z espera receber uma herança, segundo pesquisa da seguradora Northwestern Mutual — um fator que pode impulsionar ainda mais o poder econômico desse grupo.

A relação com o dinheiro: menos poupança, mais consumo

Assim como a Geração Z tem rompido padrões ao entrar no mercado de trabalho, também deverá influenciar significativamente a forma como o patrimônio herdado será gasto ou investido.

No contexto atual, onde o custo de vida é alto e o acesso à estabilidade financeira é difícil, a ideia de economizar não faz parte da realidade imediata desses jovens. Por isso, espera-se que o comportamento de consumo da Geração Z seja mais intenso que o de gerações anteriores — como os boomers, por exemplo, conhecidos por sua cultura voltada à poupança.

As marcas já estão de olho: a Geração Z vai movimentar trilhões

Segundo o Bank of America, o gasto global da Geração Z deve alcançar impressionantes US$ 12,6 trilhões até 2030, em comparação com os US$ 2,7 trilhões gastos em 2024. Um salto significativo que já está fazendo as marcas se prepararem para atender um novo perfil de consumidor — mais conectado, exigente e consciente.

"É provável que essa geração esteja entre as mais disruptivas para as economias, os mercados e os sistemas sociais", afirmam os autores do relatório. "Seja por mudanças nos hábitos alimentares, na redução do consumo de álcool, no comportamento em relação à poupança ou à moradia, a Geração Z vai redefinir o que significa ser consumidor."

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