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Ryanair é investigada em toda a Europa; o motivo: usar reconhecimento facial

  • A companhia aérea está sendo investigada pela Comissão de Proteção de Dados da Irlanda.

  • No centro do procedimento está o seu processo de verificação de clientes.

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

A Ryanair tem sido notícia várias vezes neste ano. Em março, foi uma das companhias aéreas multadas com uma grande quantia por cobrar pelo bagageiro de mão, e em setembro, seu CEO sugeriu que poderia aumentar em 30% o preço médio das passagens.

Agora, a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (CPD) iniciou uma investigação sobre o processo de verificação de clientes da empresa.

O regulador europeu aponta que a Ryanair solicita uma verificação de identidade adicional às pessoas que reservam passagens através de plataformas de terceiros ou agências de viagens.

Segundo explicações, a empresa recebeu várias queixas sobre essa prática, o que levou à decisão de iniciar um procedimento formal conforme o cumprimento do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).

Ryanair, investigada pela Irlanda

Graham Doyle, Comissário Adjunto da DPC, destacou que os clientes da maior companhia aérea da Europa precisam passar por uma verificação biométrica que inclui tecnologia de reconhecimento facial após comprarem o bilhete através de sites externos. “Esta investigação considerará se o uso dos métodos de verificação pela Ryanair está em conformidade com o GDPR”, afirmou.

Um artigo da Reuters comenta que a verificação adicional mencionada pode ser dispensada se os passageiros chegarem ao aeroporto pelo menos duas horas antes do horário de decolagem do voo.

Eles também têm a possibilidade de apresentar um formulário com uma foto do passaporte ou documento de identidade, mas esse último processo pode levar até sete dias para ser concluído, segundo a Ryanair.

Ryanair

Mas também há exceções

Os clientes da Ryanair não precisam passar pelo processo de verificação adicional se fizerem a reserva através das plataformas próprias da companhia ou de uma agência de viagens online (OTA) que tenha acordos comerciais com a Ryanair. A companhia aérea tem se mostrado muito ativa no impulso desse tipo de colaboração, fechando 14 acordos este ano.

Estamos diante de uma investigação de caráter transfronteiriço que abrangerá toda a União Europeia. O objetivo será determinar se a Ryanair cumpriu com suas diversas obrigações conforme estabelecido pelo RGPD, especialmente no que diz respeito à legalidade e transparência no manuseio de dados. Vale lembrar que o organismo irlandês é o responsável por garantir o cumprimento do RGPD.

Imagens | Nastya Dulhiier | Lucas Davies

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