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Worldcoin admite que pedir digitalização da íris era exagero; empresa já encontrou outra opção

  • Worldcoin quer virar a página e até mudou de nome

  • Além do escaneamento de íris com o novo Orb, também permitirá obter tokens por meio do passaporte

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

O desembarque da Worldcoin na Espanha não ocorreu como esperado. A empresa, liderada por Sam Altman, oferecia tokens em troca da confirmação de identidade por meio de escaneamento de íris. No entanto, esse tratamento de dados levou a uma suspensão cautelar pela AEPD, já que os dados de íris requerem "proteção especial".

Agora, durante seu primeiro grande evento em cinco anos, a empresa explicou os próximos passos. A partir de agora, a empresa será chamada simplesmente de World, e sua estratégia dependerá menos do escaneamento de íris pelo qual se tornaram tão famosos.

Agora, a World não precisa mais do escaneamento de íris para confirmar a identidade dos usuários. O World ID Credentials é a nova forma que a empresa usa para validar a identidade em seus sistemas.

Além do escaneamento de íris, a World também permitirá o registro completo sem precisar se aproximar de um dos dispositivos Orb. Essa mudança tem como objetivo permitir que mais usuários, que estão longe dos locais onde os Orbs estão, possam usar o aplicativo.

Mas também é uma mudança em relação à forma como a Worldcoin funcionava até agora. Como então a empresa garante que realmente somos uma pessoa única? Através de um documento utilizado em todo o mundo: o passaporte.

passaporte - worldcoin Passaporte - Worldcoin

Não será qualquer passaporte

O novo sistema já está disponível, mas, por enquanto, apenas nos Estados Unidos, Malásia e Reino Unido. Nas próximas semanas, estará disponível em mais países. O passaporte é um documento válido e reconhecido globalmente. No entanto, nem tudo é tão simples.

A World não seria confiável se simplesmente permitisse o envio de uma foto do passaporte, pois isso poderia ser facilmente falsificado. Por isso, o World ID Credentials funcionará apenas com passaportes físicos que utilizem tecnologia NFC.

A promessa de não armazenar nenhum dado fora do dispositivo continua. O passaporte serve apenas para garantir que a pessoa é real, mas, de forma clara, o sistema de registro não armazenará nenhum dado fora do próprio dispositivo. Informações como idade ou nacionalidade serão guardadas apenas no celular onde o passaporte for registrado via NFC.

Para que serve confirmar nossa identidade? Para combater os deepfakes

Outra novidade é o World ID Deep Face. A empresa tem como objetivo demonstrar que "somos humanos". O fato é que tecnologias como os deepfakes melhoraram tanto que se tornam difíceis de identificar.

Essa ferramenta serve precisamente para chamadas de vídeo. A World permitirá que aplicativos de chamadas de vídeo utilizem seu SDK, permitindo que os participantes confirmem que são humanos.

Uma camada de segurança gerida por organizações independentes

Junto com essa verificação de identidade, a World apresentou o AMPC ou computação multiparte anonimizada. Trata-se de um sistema de segurança de código aberto que será utilizado para gerenciar os dados anonimizados dos códigos de íris e do World ID.

Segundo explicam, para esse protocolo criptográfico, houve colaboração com a Universidade de Nuremberg e o centro de UC Berkeley para a Inteligência Descentralizada Responsável.

Mas a principal novidade é que a World Foundation e a Tools for Humanity não participarão mais do AMPC. Ou seja, elas se separaram da gestão desses dados anonimizados.

Isso visa transmitir maior independência e, de passo, adicionar uma camada adicional de complexidade no que diz respeito à responsabilidade de cada empresa no processo de gestão da informação.

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