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Nem jaca, nem caju: substituto da carne é feito a partir de criatura marinha desconhecida

Não pode ser considerado vegetariano, mas pelo menos parece ser gostoso

Imagem | Pronofa / perezoso
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Os hambúrgueres tradicionais de carne têm uma nova concorrente. Desta vez, não se trata de uma alternativa “à base de plantas”, nem mesmo de uma combinação de vegetais e cogumelos. Também não é a chamada “carne de laboratório”. Então, o que é? Se fôssemos classificar essa nova “carne”, talvez optássemos por algo como o produto do processamento de frutos do mar.

Uma nova alternativa

Alguns anos atrás, a empresa norueguesa Pronofa Asa entrou em um negócio peculiar: transformar animais marinhos pouco conhecidos em uma fonte de proteínas alternativa à carne. Dois anos após a compra da empresa Marine Taste, a empresa escandinava continua desenvolvendo seus produtos, incluindo uma “carne” para hambúrgueres.

Esse substituto da carne é obtido a partir de um animal marinho pertencente ao gênero conhecido como Ciona. São animais marinhos com formato tubular, que passam a vida presos a rochas no fundo do mar, de maneira semelhante a esponjas e corais. No entanto, a taxonomia desses tunicados ascídias é um pouco diferente em relação a esses outros organismos.

Os tunicados (Tunicata) são um dos dois subfilos do filo dos cordados (Chordata), sendo o outro o dos vertebrados. Isso significa que, por mais estranho que pareça, esses animais estão mais próximos dos peixes ou mamíferos do que de crustáceos e moluscos.

Sustentável e nutritivo

Entre as atividades da empresa Pronofa ASA está o cultivo de uma espécie de Ciona nativa do Mar do Norte. Segundo a empresa, a aquicultura desses animais apresenta algumas vantagens, como o fato de se alimentarem apenas de plâncton e serem capazes de absorver nitrogênio da água.

O excesso de nitrogênio proveniente de cultivos terrestres é uma das ameaças enfrentadas por vários ecossistemas aquáticos. O cultivo de cionas em áreas com altos níveis de nitrogênio pode ajudar a “filtrar” esse excesso, o que, segundo a empresa, resulta em maior biodiversidade.

Do ponto de vista nutricional, os produtos derivados desse animal se apresentam como uma fonte alternativa de proteínas e nutrientes, incluindo ácidos graxos ômega-3.

E o sabor?

Quem já experimentou esses derivados afirma que o sabor é semelhante ao da carne vermelha tradicional. De acordo com os responsáveis pelo desenvolvimento, o principal desafio era eliminar o gosto “de mar”. A textura “ao natural” das cionas é semelhante à das lulas, e o sabor também se assemelha ao de frutos do mar, explicou Hans Petter Olsen, CEO da Pronofa, ao jornal britânico The Guardian.

Experiências na cozinha

Naturalmente, esse tipo de derivado não pode ser considerado uma alternativa vegetariana, o que significa que não será um produto para todos os gostos. Em qualquer caso, trata-se de um novo candidato a ser considerado no complexo mercado de substitutos da carne “convencional”.

Imagem | Pronofa / perezoso

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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