Esta bateria dura 5.700 anos sem recarga: a primeira bateria de carbono-14 feita no Reino Unido

Bateria de carbono-14 reutiliza materiais radioativos
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Pesquisadores conseguiram fabricar uma bateria de diamante que, graças à decomposição radioativa do carbono-14, promete ser uma solução energética de longo prazo para dispositivos médicos, tecnologia espacial e muito mais. Uma equipe de cientistas e engenheiros da Universidade de Bristol, em colaboração com a Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido (UKAEA), desenvolveu a primeira bateria de diamante de carbono-14 do mundo.

A inovação representa uma revolução potencial no armazenamento de energia, pois o dispositivo pode gerar eletricidade continuamente por vários anos sem precisar ser recarregado. De acordo com a Universidade de Bristol, a bateria funciona aproveitando a decomposição radioativa do carbono-14, um isótopo usado na datação de materiais arqueológicos, para produzir uma fonte de energia confiável e duradoura.

O desenvolvimento desta bateria responde a uma necessidade crescente de soluções de energia sustentáveis ​​e duradouras. Ao contrário das baterias convencionais, que exigem recarga frequente e apresentam problemas de degradação ao longo do tempo, a bateria de diamante de carbono-14 pode fornecer uma fonte de energia contínua por até 5.700 anos, tornando-a uma alternativa viável para aplicações em que a substituição da bateria é complicada ou inviável.

Como a bateria funciona

A bateria funciona por um processo semelhante ao de um painel solar, mas em vez de converter luz em eletricidade, ela usa elétrons de movimento rápido gerados durante a decomposição radioativa do carbono-14 para produzir energia. De acordo com a Popular Mechanics, esse processo ocorre de forma natural e contínua, garantindo uma fonte ininterrupta de eletricidade por milênios.

O material radioativo usado na bateria é encapsulado em uma estrutura de diamante, um dos materiais mais duros conhecidos, o que garante que a radiação seja completamente contida e não represente um risco aos usuários ou ao meio ambiente. Além disso, o invólucro de diamante não só atua como uma barreira protetora, mas também ajuda a otimizar a conversão de energia. De acordo com a Universidade de Bristol, essa tecnologia emergente está posicionada como uma opção segura e sustentável para várias aplicações tecnológicas.

Bateria de diamante / Imagem: Universidade de Bristol

Como a bateria de carbono-14 reutiliza materiais radioativos

Uma das características mais marcantes dessa nova bateria é sua capacidade de aproveitar resíduos nucleares e convertê-los em uma fonte de energia útil. De acordo com o Glass Almanac, o carbono-14 usado nessas baterias vem de blocos de grafite descartados, que são subprodutos de reatores nucleares. Em vez de descartar esses materiais como resíduos radioativos, a bateria de diamante os reutiliza para gerar eletricidade de forma eficiente.

Essa abordagem não só fornece uma fonte de energia extremamente durável, mas também contribui para reduzir poluentes nucleares e mitigar seu impacto ambiental. A reutilização desses materiais é, sem dúvida, um passo importante para o desenvolvimento de tecnologias de energia mais limpas e sustentáveis.

De marcapassos a missões espaciais de longo prazo

O potencial dessa nova tecnologia se estende a vários setores. De acordo com o Daily Galaxy, a bateria de diamante de carbono-14 poderia ser usada em dispositivos médicos, como marcapassos, aparelhos auditivos e outros implantes, onde sua longevidade reduziria a necessidade de cirurgias para substituir as baterias, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Na indústria espacial, essa tecnologia poderia revolucionar as missões de exploração. Devido à durabilidade da bateria, satélites e sondas espaciais poderiam operar por séculos sem a necessidade de manutenção ou recarga, eliminando assim um dos maiores desafios tecnológicos em missões de longa duração. De acordo com a Universidade de Bristol, sua capacidade de fornecer uma fonte de energia confiável também a torna ideal para operar em ambientes extremos, como estações de monitoramento no oceano profundo ou em áreas remotas de difícil acesso.

Membros da equipe da Diamond Battery / Imagem: University of Bristol

No entanto, há limitações para sua implementação atual. Como a bateria gera energia em níveis de microwatts, ela não é adequada para dispositivos de uso intensivo de energia, como carros elétricos ou celulares, de acordo com a Popular Mechanics. Apesar disso, os pesquisadores acreditam que, com o tempo, versões aprimoradas com maiores capacidades podem ser desenvolvidas.

Finalmente, o professor Tom Scott, líder do projeto na University of Bristol, expressou seu entusiasmo pelas futuras aplicações desta tecnologia:

"Nossa tecnologia de microenergia pode dar suporte a uma ampla gama de aplicações importantes, desde tecnologias espaciais e dispositivos de segurança até

implantes ic. Estamos animados para explorar todas essas possibilidades, trabalhando com parceiros da indústria e de pesquisa, nos próximos anos."

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